Quando sobra algum dinheiro no final do mês, ou se junta com cuidado algumas prendas mais generosas, surgem sempre algumas dúvidas sobre qual será a melhor forma de guardar, de forma segura, esse dinheiro.
Por um lado, ter o dinheiro parado numa conta poupança pode significar perder a batalha contra a inflação, mas investir o dinheiro também é uma arte complicada e arriscada, e jogar com as tuas poupanças pode não ser uma opção.
Pois os certificados de aforro dos CTT podem ser uma boa solução de baixo risco, para ter as tuas poupanças a render e a salvo.
O que são os certificados de aforro?
Quando investes em certificados de aforro dos CTT está, em termos práticos, a emprestar dinheiro ao Estado Português.
Por esta razão, estes títulos são altamente seguros ao contrário de outro tipo de investimento, que por estar associado a instituições privadas representam uma maior instabilidade para o capital, correndo ainda um maior risco de falência.
Os certificados de aforro são produtos de poupança com capital garantido, isto significa que mesmo que, por motivos conjunturais, não ganhe dinheiro com os juros, o capital investido será sempre garantido.
Apenas pessoas individuais podem subscrever os certificados de aforro, através de uma Conta Aforro, em que cada unidade vale 1 euro.
O investimento mínimo é de cem euros – ou cem unidades – e o máximo de 350 mil euros por conta.
A tua poupança irá crescer através do vencimento trimestral dos juros, tendo cada subscrição uma validade máxima de 10 anos, isto significa que a cada três meses será acrescentado o valor dos juros à tua poupança.
A subscrição permite ainda o reforço da poupança através de um prémio de permanência.
O Prémio de permanência é somado à taxa-base a partir do início do segundo ano em 0,5 por cento e assim permanece até ao quinto, e do sexto ano ao décimo em 1,0 por cento.
A cada três meses é somado à tua poupança o valor da taxa de juro a que tiver direito, fazendo a sua poupança render ainda mais no trimestre que se segue.
Como é que a poupança cresce?
A taxa de juro base, que irá receber sobre o capital investido, é medida através da soma da média da taxa de Euribor dos três meses anteriores e é determinada mensalmente, para vigorar no mês seguinte.
A Euribor nasceu com a moeda única, o Euro, e significa Euro Interbank Offered Rate, ou taxa de oferta interbancária em Euros, em português.
Ouvimos este nome principalmente quando falamos em créditos habitação e apesar de a entendermos como uma taxa, é na verdade um conjunto de cinco taxas com vários prazos.
No caso dos certificados de Aforro dos CTT, o valor desta taxa nunca é superior a 3,5% e nunca desce abaixo dos o%, mantendo o teu dinheiro seguro, e a capitalização é automática a cada três meses. É também ao fim dos primeiros três meses que é permitido levantar as tuas poupanças.
Os certificados de Aforro dos CTT são então uma forma segura e estável de aplicar as suas poupanças tanto a curto como a longo prazo.
Apesar do retorno de juros não representar um grande acrescento ao capital inicial, é uma forma de pôr o dinheiro a mexer com a garantia do Estado de que terá sempre esse dinheiro quando precisar, sem a possibilidade de o perder e com uma grande probabilidade de ganhar mais.
Funciona assim porque, ao subscrever aos Certificados de Aforro, estás a comprar dívida pública e o Estado Português é responsável por te devolver o que investiste e o que ganhou de juros.
Para além disso, a conta Aforro, que utiliza para a sua subscrição aos certificados, não acarreta qualquer encargo de subscrição, manutenção ou levantamento.
E sim, terás de pagar IRS sobre o que ganhas, mas os CTT fazem retenção na fonte o que significa que o valor do imposto é retirado e entregue às Finanças, antes de o dinheiro chegar a ti.
Por isso, não tens de te preocupar com o que ganhaste com os Certificados de Aforro, na tua declaração de IRS.
Quem pode ser titular?
Os certificados de Aforro são exclusivos a pessoas singulares.
E, apesar de ser possível uma pessoa menor de idade ser titular de uma subscrição, não é possível amortizar os próprios títulos se for menor de idade, a não ser que comprove a sua emancipação legal.
Se a situação exigir a presença de um representante legal, pelo titular ser menor ou maior acompanhado, alguns procedimentos burocráticos serão necessários.
Como é que podem ser adquiridos?
Para subscrever aos Certificados de Aforro precisarás de abrir um Conta Aforro, junto da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP, E.P.E.). O NIB que irá ser associado a esta conta vai servir para depois te serem feitos os devidos depósitos.
Uma vez que tenhas a Conta Aforro aprovada, irás precisar do teu Cartão de cidadão, ou equivalente, e de uma prova de número de contribuinte. Terás de te dirigir a um dos balcões das entidades contratadas pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública e os CTT, nos espaços nos Espaços Cidadão e online através do website AforroNet.
Para teres acesso ao AforroNet terás de pedir no momento de criar a tua conta e identificares a tua morada de correspondência, para receberes os teus códigos de acesso.
Quando e como posso resgatar o meu investimento?
O resgate pode ser efetuado pelo titular da Conta Aforro, por um procurador com poderes para a prática do ato, apresentando para o efeito uma procuração ou pelos representantes legais do titular, nos devidos balcões nos Espaços Cidadão.
Poderás amortizar os teus certificados em qualquer altura, depois dos primeiros três meses.
As operações de resgate poderão ser feitas por transferências bancárias, apenas para a conta bancária associada à Conta Aforro do titular.
Na preferência pelo resgate numerário, este tem um limite máximo diário de 3000 euros por Conta Aforro e só poderá ser efetuado pelo titular.
O resgate das suas subscrições a Certificados de Aforro podem ser feitas pela sua totalidade a partir do momento que ocorre o primeiro vencimento de juros sem qualquer custo associado a esse resgate.
O dinheiro que poderás recuperar a partir desta data é o reembolso das unidades, em valor nominal, que investiste e os juros capitalizados durante o período em que as tuas subscrições estiveram a render.
Ter um pé de meia é uma forma de prevenir e preparar um futuro financeiramente mais seguro.
No entanto, encontrar formas eficazes e seguras de guardar o dinheiro pode ser uma dor de cabeça para quem nunca teve a oportunidade de mergulhar no tema.
Os Certificados de Aforro dos CTT são os favoritos de muitos portugueses que, por preferirem uma opção que, apesar de não ser a mais rápida e lucrativa, é a que não apresenta risco nenhum de perda de capitais, um critério essencial para a grande maioria.
Para além da segurança que este modelo de investimento permite, a informação disponibilizada, tanto por este artigo como pelos sites de todas as agências envolvidas permite um acesso muito claro a todos os termos e conceitos mais palavrosos, estrangeiros ou complicados que possam criar dúvida ou suspeita.
Esta transparência e clareza tornam a experiência de investir em Certificados de Aforro um momento de segurança e tranquilidade.